Música e Eu
E tudo começou assim...
Sempre procurei viver o hoje sem me preocupar com o que vem, projetando sempre o melhor em tudo o que faço.
Falta algo. A ansiedade está presente atrapalhando a vida interior. Então, acompanhando meu sobrinho Filipe para suas aulas no Conservatório, observava a entrada dos alunos, o semblante descontraído dos mesmos e a música que vinha lá de dentro.
Comecei a me interessar e pensei: estou aposentada; está na hora de descobrir novos interesses, nova atividade. Este pensamento está refletindo em toda a minha vida porque as coisas aconteceram simplesmente no momento certo, sempre no presente.
Procurei a secretaria do Conservatório, fiz minha matrícula e comecei a ter aulas de Teclado, que foi o instrumento escolhido.
Que dificuldade, meu Deus! Dedos duros, nunca conseguindo o tempo certo; mas continuei tentando. Desistir? Nem pensar!
Encaro as aulas de música com muita seriedade, então ela vai permanecer em meu íntimo. Essas aulas são prazerosas. São momentos de aprendizagem, de treinamento, de companheirismo e até mesmo terapia.
Não sou incompetente, possuo todas as competências, mas até hoje, e lá se vão 6 anos da matricula inicial, continuo levando alguns segundos para tocar as notas de alguns compassos de uma melodia. Continuo usando a capacidade de meu cérebro que é a de aprender, aprender sempre. Cada música que consigo tocar considero uma vitória e uma satisfação intensa. Coloco como requisitos básicos: “a paixão, a paciência e a persistência” para se entrar no alegre e emocionante mundo da música e estas condições vão se desenvolvendo e aos poucos as dificuldades vão sendo superadas.
Não tenho alma de artista, mas tenho sensibilidade e nestas considerações posso aplicar as palavras do poeta:
“... se não houver frutos, valeu a beleza das flores,
se não houver flores, valeu a intenção das folhas,
se não houver folhas, valeu a intenção da semente...”.
Célia Pereira Caixeta
Araguari, Março de 2010.